Aula 13 - 02.04.07
Segundo o professor André, nós seres humanos damos sentido ao mundo de acordo com as nossas referências. Não existe nada natural no mundo humano, mas existem pessoas que nos convecem da naturalidade das coisas. Um exemplo é a jornada de trabalho dita necessária. Paul Lafarge, no seu livro Direito a Preguiça, diz, no século 19, que não era necessário trabalharmos mais de 3 horas diárias para se viver bem e produzir. As máquinas, já naquela época, davam conta do resto. Na verdade, a jornada extensa de trabalho causa desemprego, que é necessário para diminuir o salário, levando em conta a falta de opção do trabalhador. Trabalhamos para enriquecer os patrões, segundo a mais valia, que diz que produzimos 100%, ficamos com 1% de lucro e entregamos o resto nas mãos dos nossos chefes e ainda achamos que eles que estão nos pagando e não o oposto. Ainda no século 19, a jornada de trabalho era de 12 horas diárias. Em 1935, mudou para 8 horas, mas em 2007, o que vemos são empregos de 6 horas, que pagam mal, obrigando o trabalhador a arrumar outro emprego de mais 6 horas para complementar a renda familiar. A palavra trabalho deveria significar transformação da própria cultura, reinvenção do mundo, criação, criatividade, humanização, mas se degradou na reforma industrial e virou o conceito que temos de emprego. Marx percebeu que existe uma organização social que não enxergamos, apenas quando abstraímos. Coisas estão diluídas na sociedade. A televisão é uma dessas organizações que nos ilude sobre sua gratuidade. Pagamos caro até pelo programa que não vemos. A propaganda que passa na t.v., inclusive a eleitoral, dá para a televisão parte do dinheiro que recebe, como no caso dos programas eleitorais, a insenção de parte dos impostos. Imprensa em geral é financiada por propaganda. Também não conseguimos enxergar formas invisíveis de roubo. Por exemplo, os políticos prganizam leis para roubar legalmente. Na sociedade existem leis de atribuição de sentido. Ivan Ilite diz que a melhor coisa que aconteceria para a escola seria a destruição da mesma. Ele acredita que as escolas inventam necessidades artificiais para sobreviver socialmente. Considera a escola uma tragédia. A melhor maneira de interpretar o mundo é participar dele, para não sermos simples cópias e percebermos que a maneira mais eficaz de dominar as pessoas é pelo convencimento. Não deveríamos deixar nossa liberdade de intervir no mundo presa a paradigmas já criados. Paulo Freire diz que o mundo não é, está sendo. Não há uma verdade absoluta, mas há disputas para interpretar o mundo por interesses. Há 3 mecanismos de atribuir sentido para o mundo.
Ícone: Signo que guarda alguma semelhança com a coisa. Ex: Fotografia, estátua, caricatura
Índice: Signo que tem relação de causa e efeito com a coisa. Ex: A pegada
Símbolo: Signo arbitrário. Para funcionar é necessário uma convenção social: cadeira, nome próprio.
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