18 de janeiro de 2013

Império da Desigualdade e do Caos


        
        Segundo o filósofo Eurípides, os pobres são danosos, propensos à inveja e seduzidos pelos discursos dos demagogos. Para Aristóteles, há indivíduos tão inferiores a outros que o emprego da força física é o melhor que deles se obtém. Na Bíblia, a miséria existe para contrapor o egoísmo e a ambição e o que há de preconceituoso nessas visões é o que muitas vezes influencia, nos dias de hoje, a visão capitalista da desigualdade social. Mas como podemos diferenciar seres humanos, se todos têm polegar opositor e telencéfalo altamente desenvolvido? Quem escolheu, lá nos primórdios, quais seriam ricos e os que deveriam acatar o fardo de ser miserável?
É óbvio constatar, a partir disso, que o que realmente nos torna pessoas de classes sociais distintas é a quantidade de cifras da nossa conta no banco (se existir uma conta) e não a capacidade de buscar melhorar o mundo, nem que seja o nosso. Como diria Rousseau, acatamos as cercas de um terreno e reconhecemos seu dono por não termos nos rebelado, naqueles mesmos primórdios e reconhecido que os frutos são de todos e a terra não pertence a ninguém, muito menos ao dono dos porcos.
Infelizmente, somos altamente influenciáveis e passíveis de crenças e ideologias criadas por quem quer dominar a sociedade e reconhece as suas habilidades de persuasão, usando-as com maestria. A pobreza, em algumas religiões, é uma dádiva. Alcançarão os céus àqueles que forem humildes na Terra. Para a economia, é um problema que os políticos não querem sanar, pois quanto mais indivíduos sem as mínimas condições de ter consciência crítica, mais fácil será a manipulação das massas e, por conseguinte, a imposição de salários ridículos, ainda com certa aprovação ou um conformismo vantajoso.
            Isso explica o motivo da renda mundial ser tão concentrada e a maioria da população aceitar tais fatos, sem qualquer reação. Eike Batista perdeu esses dias 2 bilhões de sua fortuna na bolsa de valores e sabe o que aconteceu? Nada. Não fez nem cócegas. Dinheiro tem para jogar fora e junto com ele existem mais alguns bilionários pelo mundo, enquanto a maioria da população sobrevive com migalhas.
Ainda por cima somos moldados a acreditar que a culpa da pobreza é nossa, que não estudamos o suficiente para “subir na vida”, não trabalhamos o tanto que deveríamos, ou quem sabe recebemos um fardo divino que devemos carregar sem maiores reclamações. E assim nos tornamos cada vez mais passivos e controlados facilmente pelo sistema. Até porque, humildade na boca de muitos é uma dádiva e dinheiro não traz felicidade. Realmente não acredito que traga em sua essência, mas sentir fome, frio, ter mais contas do que se pode pagar ou estar desempregado, não dá nem espaço para alegria entrar na vida de alguém.
            Infelizmente não passamos de engrenagens baratas de uma sociedade injusta e imoral, que é capaz de colocar seres-humanos se alimentando de lixo, enquanto toneladas de alimentos se perdem, simplesmente porque eles não têm nenhum dinheiro ou um dono que os alimente. E continuamos de braços cruzados, vendo as ilegalidades empregarem nossos filhos, o medo apavorando nossas vidas e os burgueses rindo da nossa alienação atrás de seus seguranças e carros blindados, para não serem atingidos pela massa pobre, sem oportunidade e sem nenhum motivo para se ter respeito pelo ser humano. 

Alliny Araújo
@Dependy
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13 de janeiro de 2013

MONOGAMIA: FIEL AMOR OU UM CONCEITO CULTURAL?


          
Segundo o dicionário Houaiss, monogamia significa: regime ou costume em que é imposto ao homem ou à mulher ter apenas um cônjuge, enquanto se mantiver vigente o seu casamento. Leia-se bem: IMPOSTO! Se essa palavra significasse alguma coisa boa, não era atribuída aquela quantidade descomunal de dinheiro que o governo nos arranca, simplesmente usando-a como desculpa e a frente das siglas.
Já a poligamia, segundo o dicionário enciclopédico SAV (sexo, amor e vida), veio com a dissolução da grandeza humana, com a vitória dos instintos sobre o espírito, do homem animal sobre o espiritual e todos durante algum tempo ou quase sempre vivem na poligamia. Leia-se bem: TODOS. Essa palavra já exclui a possibilidade de tirar você dessa. Não crie falsas esperanças.
Não preciso nem ressaltar que concordo com as fontes, além de adorar quando os instintos ultrapassam o teórico e qualquer tipo de raciocínio inútil, que serve apenas para nos deixarem traumatizados, com a libido afetada e com o desejo sexual de um monge. Com certeza, os animais que existem em nós deveriam reinar nessa selva de desejos carnais por mais tempo. E por que não por todo o tempo?
Aliás, ser fiel é um conflito interno que flutua entre o pecado ou a realização de vontades incontroláveis. Quantas vezes nos frustramos por ter cedido às “tentações” ou por não ter vivido o que num determinado momento mexeu com a nossa mente insana? Mas, enfim, você já se perguntou se a sua fidelidade ou não, advém de um suposto amor ou é um conceito cultural imposto pelos demagogos da sociedade e que nos vemos obrigados a seguir?
Ah, seres humanos bestiais e hipócritas, aprendam a diferenciar carnes e sentimentos e deixem os fluidos fluírem. A tal felicidade tão sonhada será com certeza vivida se você for livre de convenções e libertar o que a sua raça de homem bicho não nega. Ainda temos, na poligamia, a opção de dar chifres em troca. Dizem que troca-troca faz um bem e que chifre trocado não dói. Além do que, acho de um mau gosto tremendo desperdiçar namoros por eventuais puladas de cerca.
TODOS estão fadados a cometer esses “deslizes”, lembra? Na verdade, nem deslizes são considerando que na minha extensa estatística de rodas “butecais”, de amigos loucos e filósofos, todos traem, ou trairão, ou já foram traídos. Não existe exceção para essa regra, nem se iluda achando que você pode vir a ser uma! Portanto pessoas, para que se importar com ereções, secreções ou beijos ensandecidos em outro alguém, se no fim das contas é com você que ele vai ao cinema aos domingos, paga a pipoca e diz que te ama?
Estranho é pensar no porque as pessoas acham que alguma coisa deve estar errada na relação para a outra procurar se satisfazer em outros braços. Há tantos braços disponíveis que seria um pecado e um desperdício se restringir aos dois que se tem disponível ou esperar que os defeitos se sobressaiam para usar uma desculpa convincente. Além de hipócrita, considero de um mau-caratismo tremendo tal prática. Nisso, pelo menos os homens são mais verdadeiros. Assumem a necessidade de sexo e ponto. Atribuem tudo a condição de macho e não tem que ficar explicando suas inúmeras galhadas postas nas mulherzinhas que os seguem.
E por falar em pecado, piora quando religião se intromete nesses assuntos puramente carnais. Dizem os crentes que devemos ficar em vigília, tapando os olhos para as delícias do mundo, buscando entrar num céu que nem se sabe se existe. Quer dizer que se eu não tiver vocação para me vigiar, estou fadada ao inferno? E porque Deus faria a carne fraca se não fosse justamente para cedermos aos nossos desejos? A menos que Ele seja um fanfarrão, sem alusão ao nosso querido capitão, que inclusive rimou, mas não foi essa a intenção, é logicamente porque necessitamos de carnes diferenciadas, sejam elas fracas ou não.
Acho que sendo fiel a você mesmo, pode-se muito bem trair ao outro, desde que se tenha a concepção de que monogamia é uma besteira. O importante é não seguir pré-conceitos e sim sua racionalidade humana para não ser manipulado por meios sociais. Nada como uma bela trepada para amadurecer os genitais e os pensamentos a cerca do tema. E no fundo todo mundo está careca de saber sobre essas baboseiras todas, mesmo que por motivos quaisquer não assuma.
Eu me recuso a admitir essa sujeira envolta de algo prazeroso, normal e altamente saudável. Abaixo a cultura da monogamia e a castração dos instintos. Por fim, devo ressaltar: um viva a hipocrisia e os homens pseudo-fiéis, que comem suas esposas sonhando com rabos de saias curtas e decotes umbilicais e outro viva as mulheres que dão para os maridos se concentrando nas rachaduras do teto, ou sonhando com algo bem menos monótono.