4 de agosto de 2007

Nada melhor que um rock...


Às vezes, a impressão que dá é de não existir nada melhor que não fazer nada, além de ouvir um bom rock... À vontade que tenho consisti em enfiar a cabeça num buraco e ficar por ali até tudo de maligno passar. Mas às vezes nem o rock resolve e daí eu não sei o que inventar. Reclamar é uma opção até pintar certa ação ou motivação para transformar tudo de errado.
Acontece que nem sempre as suas mãos sozinhas conseguem assumir alguma atitude e não há quem tenha entusiasmo ou coragem para ajudar-te ou, quem sabe, apenas ouvir qualquer lamento seu. Vivemos para tentar viver melhor, sempre nos esforçando, usando todo o escasso tempo disponível e consumindo até a última gota de suor. Quase nunca se arranja algo para satisfazer-te e também por isso aspire-se sempre mais. O muito nunca é o bastante e quando se percebe, não há nada mais que se possa fazer, porque o tempo acabou e nada disso você leva para eternidade.
Dói saber que se arrepender na maioria dos versos é tarde demais para se voltar atrás. Ninguém compreende o quanto tudo seria mais fácil se soubéssemos descomplicar o que no fundo não tem nada de complicado. Fácil como cantar um rock... Fácil como dançar um samba... Mas prefere-se arriscar o tango que se leva tempo e é tão abstruso.
Talvez por isso ninguém entenda o que existe dentro desse crânio o qual persisto em carregar sobre o pescoço. Simples como me dizer: “te amo”, sem precisar enaltecer o mar e as estrelas ou escrever uma poesia. Simples como rir sem querer saber se está ridículo ou se alguém está vendo... Rir por sorrir só para fazer-se feliz um instante. Bobo como fazer pose de anverso ao espelho e naquele momento sentir-se uma superstar. Básico como jeans e camiseta.
Se tudo fosse vivido assim, não existiriam mágoas que são derivadas de cabeças de pessoas amargas, ou violência, procedentes de uma sociedade complicada demais para se viver em paz. Não haveria ódio nem dor, pois tudo seria muito mais simples de resolver-se... Sem a necessidade de mil justificativas, mas apenas um simples abraço. Tudo teria mais acepção se eu e você fossemos amados e amássemos copiosamente, de um jeito pleno, que fizesse da nossa história uma vida de verdade e não uma simples passagem pela Terra por deficiência de opção. Se houvesse, além disso, AMOR tudo se demudaria em verdade, tudo se resumiria em felicidade eterna. Sei, não fomos inventados para conviver num mundo assim, mas queríamos algo maior da exação que Deus havia nos dado e transformamos tudo, nisso que nos restou hoje. Um isso qualquer cheio de tijolo e sem nenhum sentimento. Se eu pudesse gritar, espernear e isso adiantasse... Se eu pudesse mudar só a sua cabeça e te fizesse transformar seu interior só por hoje... Se eu conseguisse me fazer entender... Se você soubesse o que eu experimento nesse momento de solidão no qual só tenho letras para acompanharem essa reclamação triste, de alguém que apenas ansiava ter algo bom para fazer, as quais não me cometessem em pensar besteira... Ter um ombro para encostar... Braços para me aconchegar que se encontram bem distantes e não virão logo hoje que eu tanto preciso deles. Nem para palavras há mais tempo, pois o ciclo da existência tem que continuar, e o amanhã com certeza nascerá para a maior parte das pessoas. Um amanhã sem muitas novidades com o poder de tornar o dia feliz... A não ser por aquela voz que já não vejo a hora de ouvir de novo, para dar luz ao meu mundo, que se faz tão repleto de trevas... Aquela voz que é o único motivo pelo qual eu irei despertar amanhã, prosseguir e tentar fazer algo para não ser em vão.
(Alliny Araújo)